sábado, 2 de junho de 2012

Para Pensar ...


Não confunda cultura com sabedoria.
A cultura vem de fora para dentro, penetra pelos olhos e ouvidos e pode fixar-se ou não em nosso cérebro.
A sabedoria, ao contrário, nasce de dentro de nós, e se exterioriza; surge no coração e só pode ser adquirida por meio de meditação.
Até os analfabetos podem conquistar a sabedoria, se souberem meditar em seus corações sobre as grandes verdades.
                                                                                                     (minutos de sabedoria)
                                                                                                                            Sandrinha

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Interdisciplinaridade que funciona.

Interdisciplinaridade que funciona

Trabalhar com temas integrados é uma proposta interessante, mas exige cuidados

Você certamente já participou, ou já ouviu falar, de projetos interdisciplinares. O modelo está incluído no cotidiano de diversas escolas e é uma boa alternativa para integrar diferentes matérias e dar espaço para que alguns temas sejam abordados de uma maneira mais completa. Muitas vezes, há um grande engajamento da comunidade escolar nessas iniciativas, mas não fica claro o que os alunos aprenderam em cada uma das disciplinas. Por isso, é preciso olhar com atenção como a proposta está sendo construída, quais temas serão envolvidos e o que vai ser de fato ensinado aos estudantes (leia nas páginas seguintes dois exemplos bem-sucedidos).

A divisão em disciplinas é uma prática necessária para a organização das escolas e do ensino. É claro que o conhecimento não se limita a uma ou outra área. "Na vida, os conteúdos estão integrados", ressalta Denise Guilherme, assessora pedagógica de formação de professores de redes municipais de Educação. Essa visão mais ampla do saber existe desde a Antiguidade clássica, mas o conceito de interdisciplinaridade só ganhou força no final da década de 1960, quando universitários franceses brigaram pelo fim da fragmentação dos conteúdos e por um aprendizado mais voltado a temas políticos e sociais.

As reivindicações encontraram eco no Brasil pelos ensinamentos de Paulo Freire (1921-1997). O educador defendia que era preciso entender de maneira geral o universo em que se está inserido para só então estudar as particularidades de cada assunto. "Faltando aos homens uma compreensão crítica da totalidade em que estão, não podem conhecê-la. Para conhecê-la, seria necessário partir do ponto inverso. Seria indispensável ter antes a visão totalizada do contexto para, em seguida, separarem ou isolarem os elementos", explica no livro Pedagogia do Oprimido (256 págs., Ed. Paz e Terra, tel. 11/3337-8399, 34,90 reais).

Com o tempo, esses conceitos foram incorporados ao discurso dos docentes e chegaram às salas de aula. Algumas escolas, no entanto, não souberam bem como transpor a ideia para a prática. Elas não se deram conta de que há uma diferença grande entre trabalhar de maneira integrada - tendo um bom projeto político-pedagógico (PPP), no qual os conteúdos conversam - e a crença de que todos os temas precisam ser abordados pela equipe docente inteira. "Há hoje uma preocupação excessiva em relacionar áreas, como se isso fosse pré-requisito para obter um bom resultado", explica Beatriz Gouveia, coordenadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

Tomemos como exemplo uma sequência sobre animais marinhos para a Educação Infantil. O principal conteúdo é de Ciências, mas, na tentativa de tornar a proposta interdisciplinar, é sugerido que em Matemática os alunos contem os animais estudados. "O resultado é um trabalho que não aprofunda o ensino dos temas eleitos e aborda superficialmente as várias áreas, sem garantir aprendizagens efetivas", comenta Denise. Em vez de ser uma atividade interdisciplinar, o que se tem é um tema subdividido.

Outro problema comum é considerar interdisciplinar um trabalho de uma área específica, que apenas aproveita recursos de outra. Usar um texto científico em uma aula de Ciências, por exemplo, não é trabalhar Língua Portuguesa. Isso porque se os alunos apenas leram em sala não houve esforço voltado ao ensino da língua. "Faz parte da atuação do professor de Ciências refletir sobre o que é ler na disciplina em que leciona e as especificidades dos textos que utiliza. Não é preciso que isso seja feito pelo docente de Língua Portuguesa", explica Ana Espinosa, professora de Ciências da Educação, da Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina.
Quando e como realizar um projeto

Trabalhos integrados podem ser propostos tanto por um mesmo professor, que organiza uma sequência com objetivos relativos a mais de uma área, quanto por dois ou mais docentes, que atuam juntos. Para realizar um bom projeto, é importante começar se perguntando se há conteúdos específicos de cada uma das disciplinas que podem ser trabalhados juntos e se a articulação entre eles ajudará no aprendizado. É essencial prestar atenção se o aluno passará a um nível maior de conhecimento em todas as áreas. Caso isso ocorra em apenas uma delas, é melhor repensar. Lembre-se de que não precisa incluir muitas disciplinas - em geral, um tema só é relevante para poucas.

Definidas as áreas, as etapas do trabalho precisam ser pensadas conjuntamente. "Os professores devem trabalhar em parceria e observar como aproveitar bem os pontos de interseção favoráveis ao aprendizado dos estudantes", explica Denise. Nessa etapa, é importante definir um planejamento para cada disciplina, com diagnóstico inicial, expectativas de aprendizagem, sequência de atividades e proposta de avaliação. E precisam ser colocados os objetivos gerais que vão envolver as diversas frentes.

Com o planejamento feito, é hora de colocá-lo em prática, lembrando sempre de conversar com o colega para garantir os resultados. Assim, a interdisciplinaridade deixa de ser uma moda pedagógica e passa a ser útil ao aprimoramento do ensino.
Bichos do jardim
Projeto com o 1º ano da EM Agnes Pereira Machado, em Catas Altas, a 142 quilômetros de Belo Horizonte
Preparação A docente Desimeire Pereira Bastos planejou aulas sobre os animais do jardim da escola para trabalhar Ciências e Língua Portuguesa.

Atenção! Ao planejar, tenha claros os conteúdos e as expectativas de aprendizagem de cada área.

Ciências Em uma visita ao jardim da escola, os alunos observaram os bichos que ali vivem. Cada grupo escolheu cinco para conhecer mais a fundo e estudar suas características (onde moram, o que comem etc.). Louva-a-deus e borboleta foram dois dos eleitos.

Alfabetização Os conhecimentos adquiridos durante as aulas de Ciências serviram de subsídio para atividades com foco na leitura e na escrita. Os estudantes tiveram contato com livros sobre os bichos e começaram a esboçar as fichas a respeito deles.

Produto final Com desenhos e textos, a classe produziu fichas sobre cada um dos animais estudados. Para isso, reuniu o conhecimento biológico e o aprendizado da escrita.
Preservação de Paraty
Trabalho de História, Ciências e Geografia no 8º ano do Colégio Equipe, em São Paulo
Preparação Os professores planejaram um projeto que inclui conteúdos de três áreas e culmina em uma ida a Paraty, a 256 quilômetros do Rio de Janeiro.

Atenção! O planejamento deve ser feito em conjunto e, ao longo do processo, é importante que a parceria continue.

História O professor Gabriel Passetti focou o Brasil colonial, período que marcou a arquitetura típica do centro histórico de Paraty.

Geografia Com o docente Antonio Carlos de Carvalho, os alunos discutiram o etnocentrismo e o olhar estrangeiro sobre a paisagem.

Ciências Mauro Pontes abordou com a classe os modos de vida caiçara e quilombola e o bioma da mata Atlântica, presente em Paraty.

A viagem Em campo, a turma analisou aspectos históricos, geográficos e biológicos que contribuíram para a formação de Paraty.

Avaliação Um roteiro de estudos foi preenchido por cada um dos alunos ao longo do projeto para registrar os conhecimentos adquiridos nas atividades das três disciplinas.

Atenção! Os alunos devem avançar para um nível maior de conhecimento em cada uma das áreas envolvidas.
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/interdisciplinaridade-funciona-686553.shtml?page=2
 

Ser Professor ...

Ser professor: uma escolha de poucos

Pesquisa com estudantes do Ensino Médio comprova a baixa atratividade da docência

Rodrigo Ratier e Fernanda Salla

Uma profissão desvalorizada
Só 2% dos entrevistados pretendem cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura, carreiras pouco cobiçadas por alunos das redes pública e particular
Fonte: Pesquisa Atratividade da Carreira Docente no Brasil (FVC/FCC)

A pesquisa, que ouviu 1.501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades, tem patrocínio da Abril Educação, do Instituto Unibanco e do Itaú BBA e contou ainda com grupos de discussão para entender as razões da baixa atratividade da carreira docente. Apesar de reconhecerem a importância do professor, os jovens pesquisados afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e com rotina desgastante (leia as frases em destaque).

"Se por acaso você comenta com alguém que vai ser professor, muitas vezes a pessoa diz algo do tipo: 'Que pena, meus pêsames!'"
Thaís*, aluna de escola particular em Manaus, AM

"Se eu quisesse ser professor, minha família não ia aceitar, pois investiu em mim. É uma profissão que não dá futuro."
André*, aluno de escola particular em Campo Grande, MS

* Os nomes dos alunos entrevistados foram alterados para preservar a confidencialidade da pesquisa


O Brasil já experimenta as consequências do baixo interesse pela docência. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental o déficit de professores com formação adequada à área que lecionam chega a 710 mil (leia o gráfico ao lado). E não se trata de falta de vagas. "A queda de procura tem sido imensa. Entre 2001 e 2006, houve o crescimento de 65% no número de cursos de licenciatura. As matrículas, porém, se expandiram apenas 39%", afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e supervisora do estudo. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2009, o índice de vagas ociosas chega a 55% do total oferecido em cursos de Pedagogia e de formação de professores.

Faltam bons candidatos
A baixa procura contrasta com a falta de docentes com formação adequada
Fontes: Inep e Censo da Educação Superior (2004 e 2008)

Um terço dos jovens pensou em ser professor, mas desistiu
O estudo indica ainda que a docência não é abandonada logo de cara no processo de escolha profissional. No total, 32% dos estudantes entrevistados cogitaram ser professores em algum momento da decisão. Mas, afastados por fatores como a baixa remuneração (citado nas respostas por 40% dos que consideraram a carreira), a desvalorização social da profissão e o desinteresse e o desrespeito dos alunos (ambos mencionados por 17%), acabaram priorizando outras graduações. O resultado é que, enquanto Medicina e Engenharia lideram as listas de cursos mais procurados, os relativos à Educação aparecem bem abaixo (leia os gráficos na página ao lado).

Um recorte pelo tipo de instituição dá mais nitidez a outra face da questão: o tipo de aluno atraído para a docência. Nas escolas públicas, a Pedagogia aparece no 16º lugar das preferências. Nas particulares, apenas no 36º. A diferença também é grande quando se consideram alguns cursos de disciplinas da Escola Básica. Educação Física, por exemplo, surge em 5º nas públicas e 17º nas particulares. "Essas informações evidenciam que a profissão tende a ser procurada por jovens da rede pública de ensino, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete. De fato, entre os entrevistados que optaram pela docência, 87% são da escola pública. E a grande maioria (77%), mulheres.

O perfil é bastante semelhante ao dos atuais estudantes de Pedagogia. De acordo com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de Pedagogia, 80% dos alunos cursaram o Ensino Médio em escola pública e 92% são mulheres. Além disso, metade vem de famílias cujos pais têm no máximo a 4ª série, 75% trabalham durante a faculdade e 45% declararam conhecimento praticamente nulo de inglês. E o mais alarmante: segundo estudo da consultora Paula Louzano, 30% dos futuros professores são recrutados entre os alunos com piores notas no Ensino Médio. O panorama desanimador é resumido por Cláudia*, aluna de escola pública em Feira de Santana, a 119 quilômetros de Salvador: "Hoje em dia, quase ninguém sonha em ser professor. Nossos pais não querem que sejamos professores, mas querem que existam bons professores. Assim, fica difícil".

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/carreira/ser-professor-escolha-poucos-docencia-atratividade-carreira-vestibular-pedagogia-licenciatura-528911.shtml

Projeto - Sarau

Projeto - SARAU

Escuta e oralização de poesias

Mais sobre leitura
Especial
Conteúdos- Escuta e producao oral.
- Leitura.
Anos1º e 2º anos.

Tempo estimado Quatro meses.

Material necessário Livros variados de poesias de autores como Cecília Meireles, Cora Coralina, Elias José, Vinícius de Moraes, José Paulo Paes, Eva Furnari, Tatiana Belinky, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Sérgio Caparelli, Mário Quintana, entre outros.
Flexibilização para deficiência física (cadeirante com pouca mobilidade de membros superiores)Apoio para livros ou prancha de apoio para cadeira de rodas. Eles podem ser solicitados aos serviços de saúde, organizações e entidades ou serem confeccionados por você. Lembre-se de solicitar à família do aluno orientações gerais para uso de recursos funcionais.

Desenvolvimento 1ª etapa
Acomode os alunos em roda, escolha poesias e leia para a turma. Expresse os sentimentos que aparecem no texto durante sua leitura, como medo, espanto, alegria, tristeza, humor.
Flexibilização para deficiência física (cadeirante com pouca mobilidade de membros superiores)
Organize todos os alunos sentados no chão e posicione o cadeirante junto à parede, usando apoio próprio, se necessário, para mantê-lo confortável e na mesma altura dos colegas.

2ª etapa
Sugira que pesquisem com os pais ou familiares se gostam e conhecem de cor alguma poesia. Crie um mural de poesias a partir destas contribuições e de visitas à biblioteca.
Flexibilização para deficiência física (cadeirante com pouca mobilidade de membros superiores) Posicione o mural na altura da cadeira de rodas. Oriente outros profissionais da escola a facilitar a acessibilidade em todos os aspectos do espaço físico.

3ª etapa
Faça uma lista com os títulos das poesias preferidas do grupo.

4ª etapa
Proponha ao grupo a idéia de organizar um sarau (apresentação) de poesias. Cada um deve memorizar uma poesia (empreste o livro ou o texto para que possam levar para casa e tenha auxílio de um adulto para decorar). Mesmo que não saiba ler convencionamente, a criança pode estabelecer relações entre o que é falado e o que está escrito, pois tem o texto sabido de cor.

5ª etapa
Promova situações de escrita a partir de algumas poesias. Por exemplo: completar lacunas com as palavras que estiverem faltando, recortar e ordenar versos para formar a poesia, ou, ao contrário, palavras para formar o verso, escrita espontânea de títulos e exploração de rimas (terminação igual das palavras). Os textos memorizados retiram a dificuldade de saber o que escrever fazendo com que as crianças ainda em fase de alfabetização inicial possam pensar somente no como escrever. A tarefa é facilitada, no caso das poesias, pelas rimas e repetições das palavras. Você poderá também promover jogos de leitura relacionando o título da poesia com algum verso, ou o título com o nome do autor, ou alguma ilustração relacionada ao título, sempre a partir de poesias já memorizadas pela garotada.
Flexibilização para deficiência física (cadeirante com pouca mobilidade de membros superiores)
Adeque as atividades gráficas usando recursos próprios, como um teclado de computador adptado. Também é possível substituir o papel por materiais mais grossos para facilitar o manuseio.


6ª etapa
Promova a produção de um folder para ser distribuído no dia do sarau. Você poderá propor a escrita das poesias em duplas. Neste caso, as crianças com hipóteses mais avançadas podem ser as responsáveis pela escrita e as demais responsáveis por ditar o texto a ser escrito. É importante prever situações de revisão da escrita (para que as crianças possam avançar em suas produções) e porque o folder precisará estar com a escrita convencional uma vez que será distribuído ao público.

7ª etapa
Grave ou filme as declamações em sala e promova tematizações.

8ª etapa
Apresente a gravação. As crianças devem fazem uma autoavaliação quanto à entonação e expressão de voz, à fluência, ao ritmo e à dicção, além de buscar estratégias para aperfeiçoar a apresentação.
Flexibilização para deficiência física (cadeirante com pouca mobilidade de membros superiores) Quando o aluno tiver alteração na motricidade oral e sua expressão não atender a esses quesitos, incentive a participação dele com expressões corporais ou então reduza o tamanho do texto, propondo um verso em coro ou algumas palavras de uma estrofe em evidência,numa parceria com colegas ou com você.

Produto final
Sarau de poesias com a participação dos alunos, professores, pais e familiares (que façam a inscrição com antecedência) e folder que contenha as poesias escritas.

Avaliação Ao final do projeto espera-se que as crianças sejam capazes de reconhecer características do texto poético (divisão em versos e estrofes e rimas, por exemplo), se expressarem e se apresentarem em público, de maneira eficaz e adequada, transmitindo sentimento da poesia apresentada.

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/poesia-426202.shtml

Passo a passo, a feira vira um sucesso.

Passo a passo, a feira vira um sucesso

Já no Ensino Fundamental, todos podem desenvolver e exibir experimentos inspirados em problemas reais

Prazer em descobrir: modelos de aviões para conhecer como eles voam. Foto: Marcelo Min
As feiras de Ciências evoluíram. Nos últimos cinco anos, os professores inovaram a forma de planejar o evento e, conseqüentemente, de os alunos produzirem e transmitirem o conhecimento. As mostras agora são organizadas com propósitos didáticos. "Os estudantes passaram a utilizar o método científico para desenvolver seus inventos e não ficam mais atrás de uma maquete, só repetindo informações tiradas do livro didático", explica Roseli de Deus Lopes, vice-presidente da Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP).

"O desafio que se apresenta é ampliar esse foco para as séries iniciais do Ensino Fundamental", diz a professora. A tarefa exige planejamento. Primeiro, é necessário tornar a Ciência algo rico e instigante para todos. Os temas a ser explorados não vão trazer avanços significativos para a área — nem é esse o propósito. Os trabalhos podem ser simples, desde que sejam criativos e façam sentido para a garotada e a comunidade.

Por fim, é necessário que a turma saiba quais são as etapas de uma pesquisa e a importância de registrar todas as descobertas. Roseli defende essa concepção com a experiência de quem se dedica há quatro anos à organização da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). No evento, são apresentados os melhores projetos de 8ª série e Ensino Médio, exibidos originalmente em 200 escolas públicas e particulares de 22 estados. No mês passado, nove trabalhos selecionados durante a última Febrace representaram o Brasil no maior encontro de Ciências e Engenharia do mundo, realizado em Indianápolis, nos Estados Unidos (leia o quadro).

As produções de sua escola também podem chegar lá. Para isso, é importante cumprir as cinco etapas a seguir. Elas são baseadas na prática de professores da rede pública e privada de Ensino Fundamental e nas indicações de especialistas no tema.

1. Despertar o gosto pela Ciência
Envolver os pequenos no mundo da Ciência logo cedo e de forma prazerosa é o primeiro passo para organizar uma boa mostra. No Colégio Santo Américo, em São Paulo, faz parte da rotina, da 3ª série em diante, freqüentar o laboratório de robótica pelo menos duas vezes por semana, durante 50 minutos. Para a próxima feira, que será realizada em agosto, eles estão construindo pequenos aviões inspirados no centenário do vôo do 14-Bis, de Santos Dumont.

Com muita paciência, todos copiam moldes em papel vegetal, reproduzem o desenho em superfície plana, medem, cortam e colam a estrutura da aeronave. O desafio final é fazê-la voar, com a força gerada por um elástico na hélice e a ajuda do vento. "Nessa fase, introduzimos os conceitos de equilíbrio, movimento e força, que eles verão com mais profundidade na aulas de Física no futuro", explica o professor Gerson Domingues, responsável pelo laboratório.

Para estimular o interesse pela disciplina, não é necessário ter um laboratório sofisticado. "Basta promover uma visita a um museu ou a um planetário para que o festival de perguntas sobre determinado tema não tenha mais fim. Esse já é um ótimo incentivo", sugere Domingues. Estimulado desde cedo, André Tabarro, da 7ª série, acabou se interessando por eletrônica e já conhece todas as etapas de fabricação de uma placa de computador. "Instalada dentro de uma lata de leite em pó, que serve como interface, a placa interage com o sistema do micro e aciona lâmpadas e motores", explica o garoto de 13 anos. Sua engenhoca também integrará a exposição do Santo Américo, é claro.

2. Ensinar as etapas do método científico
Para que o evento leve realmente à produção de Ciência, a garotada precisa aprender a aplicar o método científico — à medida que o projeto se desenvolve. "É da necessidade de encontrar soluções para problemas da vida diária que nascem o conhecimento e as atrações de uma feira", explica Rosenilda Vilar, professora da EE Ministro Jarbas Passarinho e do Colégio Anglo Líder, ambos em Camaragibe, região metropolitana do Recife.

No ano passado, os orientandos de Rosenilda, da 7ª e 8ª séries, levantaram diversas questões que, devidamente desenvolvidas, foram levadas às exposições das escolas. Uma delas dizia respeito às plantas de uma várzea próxima — terraplenada para a construção de um parque —, que estavam definhando. A identificação de um problema como esse é o primeiro passo do método científico. Como não tinha conhecimento específico para explicar o tema, a professora orientou os jovens a procurar a Universidade Federal Rural de Pernambuco. Lá, eles foram auxiliados pela pesquisadora Caroline Etiene, do Departamento de Microbiologia, que os conduziu pelo segundo passo do método: a formulação de hipóteses.

Depois de observar em campo o que estava acontecendo com as plantas e concluir que o vilão era o empobrecimento do solo, os grupos avançaram para a etapa seguinte: a definição de estratégias para tentar resolver o problema. A opção, discutida com a pesquisadora, foi usar fungos e bactérias para captar nitrogênio e redistribuir os nutrientes junto às raízes. Com a análise dos resultados (as espécies se regeneraram) e a conclusão do trabalho (posto em prática pela prefeitura e pela Defesa Civil), todas as etapas fundamentais do método científico foram exploradas. "Eles aprenderam os cinco passos de forma prática e agora sabem aplicá-los em qualquer outro projeto", conta Rosenilda.

3. Apontar o valor de registrar as descobertas
"Não existe Ciência sem registro", ressalta Roseli Lopes, da USP. Por isso, é preciso colocar no papel as etapas realizadas — com a ajuda do professor de Língua Portuguesa. O texto não precisa ser acadêmico, com notas de rodapé. Mas deve ser claro e detalhado.

O hábito de anotar o passo-a-passo foi incorporado pelas classes de Rosenilda. Um grupo da escola Ministro Jarbas Passarinho estudou como a globalização alterou o artesanato de Caruaru, no agreste pernambucano. Na cidade de mestre Vitalino (1909-1963), famoso por seus bonecos de argila pintados a mão, a equipe entrevistou o filho do artista. Os dados passados por ele e os pesquisados foram usados para comparar a versão artesanal e a industrial dos bonecos, compondo o registro.

4. Preparar a turma para a exposição do trabalho
Nos dias da mostra, o conhecimento sistematizado durante a pesquisa deve ser apresentado aos visitantes por meio da fala e de cartazes, folhetos, maquetes e engenhocas. É importante não repetir oralmente informações escritas e procurar sempre interagir com as pessoas. "Principalmente os mais tímidos devem ser incentivados a falar em público", aconselha Elenice Lobo, coordenadora pedagógica do Santo Américo.

Na feira do Anglo Líder, em Camaragibe, uma equipe montou sua invenção, uma versão barata de um ar-condicionado, sobre carteiras. De cara, os alunos não diziam do que se tratava. Ligavam a engenhoca e as pessoas sentiam um ventinho gelado. Depois, exibiam um banner e, com ele, explicavam para os visitantes as etapas da criação — que envolveu a montagem do motor e o desenvolvimento de um recipiente acoplado para a água. "Eles colocaram o objeto para funcionar e provaram como era eficiente para minimizar o calor da cidade, sempre em torno dos 30 graus", estusiasma-se Rosenilda.

5. Organizar a infra-estrutura

São necessários pelos menos quatro meses para organizar uma boa feira. "Esse período é suficiente para analisar as sugestões de temas apresentadas pela garotada, realizar pesquisas, visitar museus e universidades e montar o evento", afirma Maria Edite Costa Leite, coordenadora do Setor Educativo do Espaço Ciência, em Olinda.

O sucesso não depende de estrutura luxuosa. "Se a escola não tem dinheiro para alugar estandes, expõe os trabalhos nas carteiras", sugere. Há várias formas de planejar o espaço, sempre de acordo com a arquitetura do local. Uma opção é exibir tudo no pátio ou dividir as experiências nas salas e nos laboratórios. O tempo ideal é de dois a três dias. No final, todos podem votar nos melhores projetos e inscrevê-los nas feiras regionais e nacionais espalhadas pelo Brasil. O sucesso das invenções verde-amarelas tem sido uma constante lá fora nos últimos anos.

A maior feira do mundo
A International Sciences and Engineering Fair (Isef), a mais importante feira de Cências do mundo, reuniu em maio 1500 estudantes de 47 países em Indianápolis e distribuiu 4 milhões de dólares em prêmios e bolsas de estudos.

Há quatro anos, professores e alunos brasileiros participam do evento, representado no país pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e pela Fundação Liberato Salzano, em Novo Hamburgo (RS). Este ano, a delegação brasileira (foto) foi formada pelos autores de nove projetos de Imperatriz (MA), Vitória da Conquista (BA), Londrina (PR), Novo Hamburgo (RS), Guarulhos e Campinas (SP), São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Quatro brasileiros se destacaram: Denilson Luiz Freitas, do Colégio Opção de Vitória da Conquista, criador de um sistema que converte energia solar em elétrica para alimentar um dessalinizador; Anelise dos Santos Klein, da Fundação Liberato Salzano, autora de uma ação para defender cães e gatos; e Juliano Sider e Rodrigo Luger, da Escola Americana de Campinas, inventores de um programa de computador para o estudo da geometria.

P.A., de Indianápolis (Eua)

O repórter viajou a convite da Intel, parceira da Fundação Victor Civita
http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/passo-passo-feira-426316.shtml

Projeto

Projeto

Feira de Ciências sobre água

Objetivos - Reconhecer características da água.
- Associar o uso da água a algumas de suas características.
- Perceber a interferência do homem no meio ambiente.

Conteúdos
- Características e propriedades da água.
- Distribuição da água no planeta.
- Utilização da água pelo homem.

Anos 3º ao 5º.

Tempo estimado Dois meses.

Material necessário
Água, copo de papel, folha de papel, vela, fósforo, recipiente plástico, giz, suco em pó ou corante, garrafa PET, açúcar, sal e detergente.

Flexibilização
Para trabalhar esta sequência com alunos com deficiência auditiva (com compreensão inicial de Libras e em processo de alfabetização), na primeira etapa, oriente-os individualmente, explicando em detalhes como será cada etapa da atividade. Ao falar para o grupo, dirija-se ao aluno com deficiência e estimule sua leitura orofacial.
Na segunda etapa, amplie o repertório do aluno sobre o tema, encaminhando leituras e atividades junto ao AEE ou como lição de casa.
Na terceira etapa, estimule a participação do aluno com deficiência fazendo perguntas dirigidas apenas a ele e peça que socialize suas ideias com o grupo.
Na avaliação, combine antecipadamente com o aluno como será sua participação na Feira de Ciências. Caso sua comunicação com o público seja limitada, ele pode se sentir mais representado pelos registros em cartazes ou vídeos feitos com o grupo.

Desenvolvimento 1ª etapa Informe aos alunos que eles farão um trabalho para ser apresentado numa feira de Ciências sobre o tema "Água". Divida a turma em grupos com, no máximo, cinco integrantes, e avise que todos estudarão vários aspectos ligados ao assunto. É importante lembrá-los de que o evento será investigativo. Caberá aos estudantes envolvidos no projeto, portanto, fazer a mediação com os visitantes da feira durante o processo de construção de alguns conhecimentos.

2ª etapa Para dar início à preparação da feira, deixe que os alunos observem você colocar um pedaço de papel na chama de uma vela para que ele pegue fogo. Em seguida, trabalhe as seguintes questões: 1) Por que, ao ser posto no fogo por alguns instantes, um copo de papel com água não pega fogo? A água do copo esquenta? Você pode fazer uma demonstração dobrando uma folha de papel em forma de cone e colocando dentro dele um pouco de água. Depois, aproxime-o da chama da vela. As crianças perceberão que, dessa vez, o papel não pega fogo, pois a água é capaz de absorver a maior parte do calor. Peça sugestões de outros casos em que a capacidade térmica da água seja evidenciada. Exemplo: quando entramos no mar ou em uma piscina à noite e sentimos que a água está quente (essa sensação se deve justamente ao fato de a água ter passado o dia inteiro absorvendo calor); 2) Por que a água é considerada um solvente universal? Os estudantes podem fazer misturas de água com sal, açúcar e detergente para notar que todas essas substâncias se dissolvem; 3) Por que, quando molhamos a barra da calça na chuva, ela acaba ficando úmida até quase a altura dos joelhos? Para explicar esse fenômeno, chamado capilaridade, proponha experimentos como os seguintes: em um recipiente, coloque um pouco de água e adicione corante ou suco em pó. Depois, peça que os alunos mergulhem a ponta de um giz branco no líquido. Eles verão que a parte colorida "subirá" além do ponto em que o giz foi mergulhado. O mesmo pode ser observado ao mergulhar em um recipiente a ponta de uma toalha de banho; 4) Por que alguns insetos são capazes de "andar" na superfície da água? Esse é o gancho para abordar outra propriedade importante da água: a tensão superficial. Faça uma investigação sobre o tema com a turma; 5) A água disponível na natureza vai acabar um dia? Para discutir o assunto, leve para a sala uma garrafa PET e monte um modelo de escala da água do planeta. Se toda ela coubesse numa garrafa de 2 litros, quanto desse total seria doce? Resposta: apenas três ou quatro colheres de sopa. Quanto dessa água doce está em forma líquida e disponível para consumo? Resposta: aproximadamente três gotas. Durante a atividade, faça perguntas sobre a utilização desse recurso natural pelo homem e as possíveis consequências do uso inconsciente.

3ª etapa É hora de a garotada elaborar a problematização que será desenvolvida junto aos visitantes da feira de Ciências. Explique que ela deve estar relacionada aos seguintes conteúdos: 1) Características e propriedades da água; 2) Distribuição da água no planeta; 3) Utilização da água pelo homem. Garanta que, durante as aulas, os estudantes tenham contato com esses conteúdos. É fundamental que eles pesquisem, façam experimentos e escrevam sobre os três temas.

4ª etapa
Explique à turma que a feira de Ciências que vocês pretendem organizar só será investigativa se os visitantes participarem das atividades. Dê alguns exemplos de como isso pode ser conseguido. Uma estratégia é propor aos estudantes que trabalhem em grupo para solucionar um problema, deixando claro que os questionamentos apresentados por você durante as aulas de preparação para a feira podem ser repetidos com os visitantes. Avise que você estará por perto o tempo todo para ajudar. Produto final Feira de Ciências.

Avaliação Avalie a participação de cada aluno e verifique se os objetivos de aprendizagem foram atingidos. Uma breve apresentação do trabalho em sala de aula, antes da feira, pode ser um bom momento de avaliação.

A Cor da expressão.

A cor da expressão
Ano
3º ou 4º anos

Tempo necessário
4 aulas

Introdução A cor também é importante para que possamos expressar nossas idéias e sentimentos para outras pessoas, utilizando linguagens artísticas (pintura, desenho, gravura, teatro). É um elemento que tem significados diferentes para diferentes culturas e sua análise possibilita conhecer mais sobre suas possibilidades. Vamos nessa atividade explorar esses pontos apreciando algumas obras do pintor espanhol Pablo Picasso. Em seguida, os alunos desenharão e pintarão expressões de acordo com a cor que acreditam representar melhor essas expressões. Esse material, feito em cartões, será utilizado em jogos de memória e de adivinhação.

Objetivos
a) experimentar as possibilidades expressivas da cor;
b) interpretar e associar as cores às reações fisionômicas das pessoas, tanto no universo artístico quanto no cotidiano;
c) observar os significados das cores no cotidiano.

Material necessário
- Cartolina cortada em forma de cartões tamanho 10x15 cm;
- Lápis grafite;
- tinta guache;
- pinceis;
- imagens de pinturas de Picasso, principalmente da fase rosa e azul.

Organização da sala
Discussão sobre cores e das imagens de obras de Picasso: sala em 'u' ou em roda. Execução dos cartões: alunos em duplas.

Desenvolvimento da atividade/ procedimentos
Na primeira aula, faça uma discussão com seus alunos sobre a presença e a importância da cor em nossa vida. Lembre-os de que as cores estão presentes nas roupas, nas frutas, nas casas, nos objetos, na propaganda, na televisão. Mostre exemplos com figuras de revistas, jornais, pinturas, rótulos.

Em seguida, explique aos alunos que além da cor estar presente em nossa vida cotidiana, ela é também um importante elemento de expressão em desenhos, pinturas, fotografias e filmes. Nesse ponto, você já pode começar a fazer com os alunos associações entre as cores e os sentimentos. Pergunte a eles que cor cada um acredita que representa a saudade, o amor, a tristeza ou a felicidade.

Se a escola contar com videocassete, selecione alguns desenhos infantis para mostrar como a cor também é usada nesse caso para expressar sentimentos e situações. Outra opção é pedir aos alunos que recortem de gibis figuras que tenham suas expressões reforçadas pelas cores.

As crianças também podem ser convidadas a fazer diferentes expressões faciais para que os colegas imaginem a cor de cada uma das expressões criadas.

Na segunda aula, apresente aos alunos algumas imagens de pinturas da fase azul e da fase rosa do artista espanhol Pablo Picasso. Resgate a importância da cor nestes momentos de seu percurso em que ele retratou sentimentos de tristeza e paixão.

Relacione os acontecimentos da vida do pintor e do contexto histórico com as cores escolhidas por ele para as imagens de cada fase. Saliente aos alunos que, em suas vidas, eles podem escolher outras cores para a representação desses e de outros momentos e sentimentos.

Analise com seus alunos os quadros: A tragédia (fase azul) e Família do acrobata (fase rosa). São dois exemplos de utilização das referidas cores para a expressão de sentimentos que Picasso vivia nas épocas em que os pintou.

Como atividade final, sugira aos alunos que façam uma pintura para expressar um sentimento usando a cor para representá-lo. Diga aos alunos, que a intenção é experimentar uma relação parecida com a que o artista estabeleceu com estas pinturas, ressaltando que cada um pode colocar sua relação com as cores.

Na terceira aula, faça com os alunos um levantamento sentimentos e sensações - alegria, amor, saudade, amizade, tristeza, raiva, violência, dor, medo, frio, cansaço. Desafie-os a relacionar os sentimentos e sensações com cores.

Proponha que os alunos retratem o colega com duas expressões diferentes, por exemplo, sorrindo e assustado. Reforce a idéia que os retratos sejam iguais nos dois cartões, modificando apenas a cor da pele e a linhas de expressão, pois eles formarão um jogo da memória ou cara-a-cara.

O importante é explorar a expressividade e o potencial gráfico da criança. Cada aluno deverá pintar dois retratos do colega.

Na quarta e última aula, os alunos deverão usar os cartões preparados anteriormente para jogar. Veja as regras:

Jogo da Memória
Os alunos deixam todas as cartas viradas para baixo e tentam fazer os pares.

Cara a Cara
Um aluno escolhe um dos cartões e não mostra para o resto da turma. Os outros alunos elaboram questões sobre as características de cada expressão ("A boca está sorrindo?", "Os olhos estão com lágrimas?") para descobrir que sentimento ou cor estão representados no cartão escolhido. Este jogo de adivinhação é uma forma divertida e descontraída de se trabalhar os conceitos e percepções.

Avaliação
É importante lembrar que, ao estabelecer associações para as cores, o aluno estará fazendo uso de valores pessoais, que muitas vezes é determinado pela sua cultura, portanto, não existe certo ou errado nas atribuições, aliás, o mais interessante desta situação é confrontar os diferentes pontos de vista.

Verifique se o aluno resgata as idéias veiculadas nas discussões e na execução das pinturas nos cartões no desenrolar dos jogos.

Verifique se o aluno estabelece relação entre a cor, o sentimento e a expressividade através do desenho no cartão.

http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/a-cor-da-expressao-426094.shtml

Ateliê na sala de aula.

Ateliê na sala de aula
Objetivo
Criar um ambiente adequado para o trabalho de arte visual.

Anos 1º ao 3º.

Tempo estimado O ano todo.

Material necessário
Tintas, papéis, pincéis, sucatas, um carrinho e caixas.
Desenvolvimento
1ª etapa
Comece pensando nas possibilidades de reorganização do espaço para a aula de Arte, considerando o uso de carteiras e paredes. Explore também outras áreas, lembrando que é possível desenhar na areia, pintar sobre ladrilhos, riscar o cimento com giz e compor desenhos no chão com as folhas caídas de uma árvore.

2ª etapa
Utilize um carrinho para transportar tudo de uma sala para outra. Pode ser um carrinho de supermercado adaptado ou, ainda, uma caixa com rodinhas.

3ª etapa
Para evitar que a aula deixe "rastros", tenha à mão panos e jornais. Combine, ainda, que todos usem uma camiseta velha ou um avental na aula.

4ª etapa
Ajude os alunos a se familiarizar com o ateliê, ordenando os materiais por tipo (lápis e canetinhas de um lado, papéis de outro). Para incentivá-los a compartilhar, forneça copos descartáveis para dividir a tinta.

5ª etapa
Providencie um espaço para a apreciação montando uma grande bancada com mesas ou um varal para expor trabalhos.

6ª etapa
Pergunte o que é preciso fazer para que tudo fique arrumado e limpo no fim: lavar pincéis, jogar jornais sujos fora, guardar a tinta que sobrou, reorganizar carteiras, pendurar trabalhos prontos etc. Organize grupos e responsabilize cada um pela realização de uma dessas tarefas.

Avaliação
Avalie como os alunos lidam com a nova organização da sala e os materiais, verificando se devolvem tudo ao lugar e limpam os instrumentos adequadamente. Se nem todos tiverem finalizado suas produções, guarde-as para que possam continuá-las na próxima aula de ateliê.
http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/atelie-sala-aula-431957.shtml

Desenhos com Linhas.

Mostra de desenhos com linhas
Objetivos
- Observar as variedades de linhas.
- Desenhar utilizando linhas.
- Experimentar produzir linhas utilizando diversos materiais.
- Apreciar trabalhos de artistas.

Conteúdo
- Desenho.

Anos
1º e 2º.

Tempo estimado
Dez aulas.

Material necessário
Barbante ou lã preta, câmera fotográfica, cartolina formato A3, pincel macio grosso, tinta guache preta, sulfite e lápis grafite. Imagens dos trabalhos de Edith Derdyk (como Slice Arco Madrid) e Pablo Picasso.

Flexibilização
Para alunos com deficiência visual
O aluno cego contribui muito para a discussão em sala ao contar que materiais ele utiliza para desenhar. Para ajudá-lo nesta sequência, imprima as imagens feitas por Picasso e ressalte as linhas com cola de relevo. O trabalho com barbantes é desenvolvido normalmente e o registro das linhas pode ser feito com canudos ou cola de relevo. Amplie o tempo de realização das etapas para que o aluno possa perceber os desenhos dos colegas. Todas as crianças devem explorar espaços e objetos da escola em grupos, para que o aluno com DV exercite o tato. Conte com o AEE para que o aluno escreva as legendas em braile.

Desenvolvimento
1ª etapa
Selecione desenhos já realizados pelos alunos com uma diversidade grande de linhas: curvas, retas, cruzadas etc. Pergunte como poderiam desenhar se não tivessem lápis. Levando em consideração as hipóteses que surgirem, convide-os a usar materiais inusitados e registrar os resultados. Os trabalhos comporão uma exposição para a comunidade escolar.

2ª etapa
Pergunte às crianças se elas já imaginaram como seriam as coisas se fossem feitas somente de linhas. Conte que Pablo Picasso criou muitas obras assim e mostre as imagens. Convide a turma para transformar diferentes objetos em desenhos com só uma linha.

3ª etapa
Exponha os desenhos da aula anterior no mural para a apreciação dos estudantes e peça que contem como fizeram.

4ª etapa
Ofereça 1 metro de barbante ou lã para cada criança. Sugira que experimentem desenhar com esse material. Enquanto os estudantes produzem, caminhe pela sala e fotografe os desenhos.

5ª etapa
Apresente imagens do trabalho de Edith Derdyk. Deixe que os estudantes comentem sobre o procedimento utilizado por ela e fale sobre o desenho, que é tridimensional. Divida a classe em pequenos grupos para que escolham um lugar da escola onde queiram produzir uma obra dessa natureza com lã ou barbante. Acompanhe a turma fotografando. Depois, convide todos a visitar o local e comentar sobre os desenhos realizados pelos colegas.

6ª etapa
Organize as produções e comente sobre os tipos de linhas e imagens que aparecem, como cruzam o espaço e formam figuras. Distribua cartolinas A3, pincéis e tinta guache preta e convide os alunos a registrar as linhas realizadas no espaço.

7ª etapa
Aguarde a tinta secar e convide os pequenos a organizar a mostra. Peça que deem nome às produções e criem legendas e um texto coletivo para apresentar o trabalho ao público.

Produto final
Mostra de desenhos.

Avaliação
Observe como as crianças desenham e experimentam os materiais. Organize uma apreciação coletiva. Peça que elas falem sobre as suas produções e analise se observam mudanças nas dos colegas. O objetivo é perceber o quanto a atividade favorece o uso do desenho para explorar diferentes linhas e experimentar novas soluções, ampliando o repertório.

Filme :"A Prova de Fogo".

Filme - “Prova de Fogo – Soletração”


O Filme Prova de Fogo, trata de uma menina, que estuda em um colégio do governo com instalações precárias no sul da Califórnia e que tem a curiosa habilidade de soletrar. Isto chama a atenção de sua professora e do diretor, que em busca de promoção e recursos para a escola recorre a um amigo, o Dr. Larabee, um professor afastado das salas de aula que guarda um trauma familiar e que se dispõe a treinar a menina depois desta vencer o campeonato de soletração na escola. Enquanto a menina passa por conflitos por não se adequar e querer ser "normal", chegando a pensar em não participar das seletivas regionais do concurso, vai-se criando uma relação forte entre a menina e seu treinador, bem como são fortalecidos seus laços com sua mãe, que ainda sofre com a morte violenta do marido e com o descaminho de um dos seus filhos.

O filme toca vários temas, como o sentimento de inadequação dos jovens - chegando até a abordar o tema racial - ou a cooperação que se pode encontrar em uma comunidade. Trata também da perda e da superação das dificuldades, do reconhecimento do seu próprio valor e, é claro, do valor que têm o conhecimento das palavras não como memorização, mas como agente de poder e elemento carregado de significado. E nos faz mergulhar no universo dos concursos de soletração, no qual vemos toda a pressão que os filhos sofrem dos pais como uma metáfora para toda a relação pai-filho.


O referido filme contribuiu para que saibamos a lidar com a perda e superação de nossas dificuldades, de que não devemos desistir logo no inicio, pois nada é conquistado sem sacrifícios e que cada um de nos temos nosso próprio valor independente de ganhar ou perder e que a solidariedade é o ponto forte para o sucesso.

Filme: "Mãos Talentosas - A História de Ben Carson"






SINOPSE:
Ben Carson era um menino pobre de Detroit, desmotivado, que tirava más notas na escola. Entretanto aos 33 anos, ele se tornou o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. Em 1987, o Dr. Carson alcançou renome mundial por seu desempenho na bem-sucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça - uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e vinte e duas horas de cirurgia. Sua história, profundamente humana, descreve o papel vital que a mãe, uma senhora de pouca cultura, mas muito inteligente, desempenhou na metamorfose do filho, de menino de rua a um dos mais respeitados neurocirurgiões do mundo.

Leitura .

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A PRODUÇÃO DE TEXTOS
           
            ‘’Aprende a escrever bem ou a não escrever de jeito nenhum.’’ (Deyden)
            ‘’Para escrever bem deve haver uma facilidade natural e uma facilidade adquirida.’’ (Joubert)
            ‘’Quem me dera saber escrever!’’ (Campoamor)
            ‘’O ato de escrever é a arte de sentar-se numa cadeira.’’ (Sinclair Lewis)
            ‘’Escrever é um ócio trabalhoso.’’ (Goethe)
            ‘’O pensamento voa e as palavras andam a pé. Aí está o drama de quem escreve.’’ (Julien Green)
            ‘’A cesta de papéis é o primeiro móvel na casa de um escritor.’’ (Ernest Hemingway)
            ‘’Ainda que seja um intelectual das letras, não deveis supor que eu não tenha tentado ganhar a vida honradamente.’’ (George Bernard Shaw)
            ‘’O que se lê sem esforço foi escrito com muitas dificuldades.’’ (Enrique J. Poncela)
            Carneiro (2001:9): “Todos, escritores, ou não, são unânimes em apontar as dificuldades da tarefa de escrever. Muitos a consideram um aprendizado demorado, dispendioso e pouco eficiente, já que são poucos os que chegam a redigir textos de forma adequada. Outros afirmam que escrever é lutar inutilmente contra as palavras, pois parecem nunca atingir plenamente os objetivos pretendidos. Além do mais, no nosso cotidiano, a língua falada parece ocupar um espaço de maior prestígio – jornais falados, mensagens gravadas em fitas, telefonemas, etc. substituem tradicionais meios de comunicação que utilizam a língua escrita. Diante desse cenário, cabe a pergunta – Ainda vale a pena aprender a escrever? A escola parece acreditar que sim, já que ainda prioriza a escrita... Mas de onde vem essa importância? Por que, apesar das dificuldades, alguns ainda acham que devem continuar a defender o seu ensino?”
            O texto, transcrito acima, faz parte da introdução do capítulo ‘’Para que aprender a escrever?’’, o qual parece apropriado para o início de uma reflexão acerca desse assunto.
‘’Escrever é falar no papel.’’ Esta é uma frase, retirada do livro de Donald Weiss, “Como Escrever com Facilidade”; no qual o autor assegura que o medo acaba inibindo pessoas alfabetizadas de escrever. Já que escrever é falar no papel, o primeiro passo, segundo ele, para perder este medo é escrever como se estivéssemos falando. Escrever sem medo e sem preguiça, fazer vários rascunhos, ler em voz alta o texto escrito para descobrir as falhas (sub-vocalização) são técnicas indispensáveis; e o restante advém da coragem de não ter medo de errar e de ser criticado por alguém que nunca escreveu nada, mas que está sempre pronto a destruir a criatividade do outro.        
Na escola, uma grande dificuldade enfrentada pelos alunos com relação ao escrever refere-se à necessidade que eles têm de deixar a linguagem coloquial, “aquela do dia-a-dia”, e passar a se expressar por escrito, numa linguagem mais formal e mais cuidadosa. A fala por ser mais espontânea, menos cerimoniosa e com certeza mais fácil que escrever, e pelo fato de a escrita ter normas próprias (ortografia, acentuação, etc.), a falta de um interlocutor à sua frente exige deles que obedeçam a essas normas.
Outra questão muito comum entre os alunos é dizer que aquele dia “não estão inspirados”, que não vão conseguir escrever. Esta afirmação, para Gustavo Ioschpe, jornalista  da Folha de São Paulo, não tem fundamento, pois garante que ‘’além do 1%  de inspiração  que está no DNA de qualquer aspirante a Shakespeare, o que é determinante são os 99% de transpiração”.
            Outra grande referência é a opinião de Garcia (2002:301) que assegura: ‘’aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar idéias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprisionou.’’ Considera ser ilusório supor que se está apto a escrever quando se conhecem as regras gramaticais e suas exceções. Evidentemente, um aluno precisa de um mínimo de gramática indispensável (grafia, pontuação, um pouco de morfologia e sintaxe), que permitirá a ele adquirir certos hábitos de estruturação de frases modestas, mas claras, coerentes e objetivas, embora se isto não seja suficiente.
Considerando a produção de textos na escola, pode-se dizer que cabe aos educadores, portanto, propiciar condições para o aluno exercitar-se na arte de pensar, captar e criar suas próprias idéias, através de atividades que exijam reflexão e produção de um novo texto; e para alcançar esse objetivo, deve-se utilizar a criatividade, sempre considerando e usando “A PALAVRA” como veículo de expressão do pensamento, desenhando através da “ARTE DA PALAVRA ESCRITA” um texto original, diferente, como se fosse uma verdadeira obra de arte.
À primeira vista, pode-se pensar que cada palavra escrita é objeto de uma "convenção" que associa arbitrariamente, uma forma gráfica específica a um sentido específico. Mas é preciso ter em conta que a língua escrita é um "código derivado" da língua oral. Se a relação entre a expressão sonora das palavras e o seu sentido é arbitrária, a relação entre a expressão sonora das palavras e sua forma gráfica - exceções à parte - não é. Subjacente à relação não arbitrária entre a forma ortográfica e a forma fonológica há um princípio que o aluno deve descobrir: o alfabético.
 Freqüentemente, no ensino da leitura, tenta-se conciliar o inconciliável: fazer compreender como funciona o código escrito pela descoberta do princípio alfabético e fazer descobrir as finalidades e as questões envolvidas na leitura usando os mesmos textos. Estes dois objetivos complementares exigem que os alunos apóiem-se sobre suportes escritos de dimensões e de natureza muito diferentes. A descoberta do princípio alfabético exige a manipulação de segmentos curtos e cuidadosamente escolhidos para uma ilustração precisa, já a tomada de consciência da diversidade dos escritos e de suas finalidades individuais e sociais exige escritos ricos, autênticos e socialmente significativos. 
Fazer compreender, a partir de um mesmo suporte escrito, como "funciona" o código e para que ele serve quando colocado em funcionamento introduz o risco de empobrecer, e mesmo perverter uma das duas tarefas: textos muito curtos, insípidos, sem ambições semânticas e sem significado social não podem revelar a um aluno o que é ler; em contrapartida, textos ricos, variados, carregados de sentido são impróprios para colocar em evidência as relações que ligam as letras e os grupos de letras escritas aos sons orais. 
            Ao colocar-se o ler e o escrever ainda como desafios, deve-se ter em mente que formar o leitor é também compreender e conhecer esse modo de ser oral de nossa cultura urbana, o qual disputa terreno com a tradição escrita, com seu apelo facilitador à inteligibilidade do mundo. Situá-los nesse ambiente de turbulência cultural, enfrentando-o, sem negá-lo ou ignorá-lo, estar em seu meio e a partir dele, utilizar seus recursos, dirigir uma proposta política/ética/estética ao aluno, para integrá-lo a uma compreensão de mundo que vise à interação com tudo que esta carrega de coerências e contradições.
              Professores podem e devem planejar um ambiente, em sua dimensão tanto física quanto social, no interior da unidade escolar, mais especificamente na sala de aula, que se constitua num espaço cultural capaz de instigar/sugerir/convocar certos conhecimentos, atitudes, valores, desejos e reflexões. Formando leitores dentro das diferentes naturezas da linguagem escrita e visual; agregando ao ato solitário da leitura do texto escrito o movimento de luz e sons; motivando e formando alunos/leitores, mesmo dentro dessa sociedade, tão urbana e tecnológica, em que estão inseridos.
Uma orientação eficiente para a prática de produção de textos, na escola, deve envolver procedimentos fundamentais distribuídos em dois grandes momentos: o que antecede e o que coincide com o ato de escrever, propriamente dito. No primeiro momento, há que se orientar na busca de conteúdos (idéias, opiniões, informações) a serem colocados no papel; no segundo, não menos importante, deve-se preocupar com o modo de fazê-lo, resgatando e/ou apresentando habilidades de estruturação do texto que permitam tecer microestruturas eficazes para se conseguir um texto coeso e coerente com as idéias e intenções do autor.
Os alunos devem estar convictos de que escrever é expressar idéias, conceitos, informações, sentimentos, sensações de maneira clara, coesa e coerente com aquilo que se deseja e cabe ao professor ensinar-lhes a selecionar e manipular tanto palavras e frases como idéias, conceitos e informações para que possam obter o resultado desejado em sua produção textual.
Para encerrar uma apropriação das sabias palavras do grande mestre Rubem Alves: “Bom seria que o professor dissesse aos seus alunos – Leiam esse livro. Ruminem. Depois de ruminar, escrevam os pensamentos que vocês pensaram, provocados pelos pensamentos do autor. Os pensamentos dos outros não substituem os seus próprios pensamentos. Somente os seus pensamentos estão vivos em você. Um livro não é para poupar-lhes o trabalho de pensar. É para provocar o seu pensamento.”


Referências Bibliográficas:
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. A escritura do texto. 2 ed. rev.  e ampl. São Paulo: Moderna, 2001.
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. 21 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2002.

Filme: "Entre os muros da escola".

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” – FILME FRANCÊS (2008), DE LAURENT CANTET.  




Aspecto do filme analisado:

O comportamento ofensivo e o despreparo do professor de Francês, François Marin, personagem vivido por François Bégaudeau, frente a comportamentos desrespeitosos ou agressivos de seus alunos; além da noção de autoridade da figura do educador.


O educador não pode assumir uma postura autoritária, sentindo-se no direito de dizer ou praticar ações que desrespeitem seus alunos e, principalmente, que sejam contrárias aos seus ensinamentos. Ainda que seus discentes o desrespeitem, cabe ao professor ter conhecimento e habilidade para exercer sua autoridade de forma respeitosa e coerente com práticas pedagógicas, que ensinem a convivência pacífica e harmoniosa, apesar das diversidades.


Fundamentação Teórica:


De acordo com a visão sócio-crítica, de gestão educacional, centrada na escola, o professor deve saber administrar, assim como, frequentemente, conciliar interesses pessoais e coletivos, diversidades culturais, exigências universais da convivência humana; assim como se preocupar com as relações humanas, com a formação dos indivíduos e com os objetivos pedagógicos e sociais a atingir (LIBÂNEO; OLIVEIRA, TOSCHI, 2009).


Ainda conforme LIBÂNEO; OLIVEIRA, TOSCHI (2009), enquanto a concepção técnico-científica valoriza o poder e a autoridade unilaterais, a perspectiva sócio-crítica vai contra as formas de dominação e subordinação dos indivíduos, valorizando relações sociais mais humanas e justas.


A escola deve ser um espaço de formação de indivíduos críticos e participativos e, para tanto, é necessário, dentre outros fatores, que haja democracia e liberdade de expressão. Não cabe aqui, posturas autoritárias ou desigualdades de direitos e deveres.


Dentre as formas de gestão sócio-críticas, destacamos a democrático-participativa, caracterizada pela participação de todos, por objetivos comuns, embora com responsabilidades diferentes, através de ações coordenadas e controladas.


A gestão democrático-participativa defende o desenvolvimento da capacidade de liderança, pela qual um indivíduo é capaz de influenciar, integrar e organizar pessoas em prol dos mesmos objetivos, aumentado, com isso, o grau de envolvimento de todos.


CONCLUSÃO  


É importante ressaltar que o comportamento humano está associado não só a questões psicológicas, como também a questões sociais, políticas e culturais. Portanto, não se pode analisar um aspecto qualquer de um indivíduo, de um grupo ou de uma organização, sem que se leve em consideração o meio no qual estão inseridos.


A configuração sócio-política atual vem sendo responsável por vários problemas como desemprego, miséria, tráfico de drogas, prostituição infantil, dentre outros. Diante deste contexto, a escola, que de um lado é um meio de transformação social e de outro é uma instituição que sofre influência do meio no qual está inserida, deve buscar formas e condições de lidar, não só com esses problemas, mas como também com a diversidade humana.


Destacamos que cabe ao Estado assumir suas responsabilidades, assegurando as condições necessárias para o estabelecimento de um ensino de qualidade. Defendemos também que a gestão escolar seja fundamentada em princípios éticos e democráticos, que viabilizem e valorizem a participação de todos os seus membros, ainda que com responsabilidades diferentes, visando ao bem-estar coletivo.


Quanto ao professor, elemento diretamente responsável pelo grande objetivo das escolas, que é a aprendizagem dos alunos, ressaltamos que o mesmo deve, respaldado por uma gestão democrático-participativa (visão sócio-crítica), ter conhecimento, equilíbrio, discernimento e habilidades para atuar frente aos problemas que podem surgir ao se trabalhar com a complexidade humana; principalmente, quando se trata de sociedades multiculturais. É imprescindível que a autoridade do educador se dê por meio da liderança e não do autoritarismo. Além disso, é preciso que o professor entenda seu grande papel, enquanto transformador da sociedade, e analise suas atitudes e comportamentos, que servirão de referência para muitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAURENT Cantet. Entre os muros da escola (produção cinematográfica). França, 2008.

Avaliação.


1.                 AVALIAÇÃO COMO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

 1. A avaliação escolar deve ser um processo pelo qual o professor verifica as aprendizagens do aluno, seus conhecimentos prévios, investigando e refletindo sobre a melhor forma de ensiná-lo, tem como propósito promover o aperfeiçoamento do ensino que vem sendo oferecido. É olhar cada um dos alunos, investigando e refletido sobre sua forma de aprender, conversado, convivendo, organizando e proporcionando ao aluno uma melhor assimilação dos conteúdos como parte do processo de ensino-aprendizagem, auxiliando na formação do individuo, de modo que ele possa participar ativamente da sociedade.



2. DEFINIÇÕES DE LUCKESI

Segundo LUCKESI, a avaliação não pode ser simplesmente de forma medida, calculada, impressa por um valor numérico ela precisa estar ressarcida de valores construídos pelos homens, buscando projeto maior de sociedade que atenda os interesses de toda população.





 3. DEFINIÇÕES DE HOFFMAN

Segundo HOFFMANN (1997), “avaliar significa identificar impasses e buscar soluções.” Neste sentido, não se pode conceber um sistema de avaliação sistematizado no decorrer do século XVI e na primeira metade do século XVII, pelo qual se entende que avaliar é examinar o quanto o aluno assimilou do conteúdo transmitido pelo professor.





4. DIFERENÇA ENTRE EXAMINAR E AVALIAR

Examinar refere-se somente ao desempenho final do aluno, e avaliar envolve todo o processo de aquisição e construção de conhecimento.



5. AVALIAR

 Avaliar não é medir, avaliar envolve o levantamento de informações sobre a aprendizagem dos alunos que devem ser analisadas, considerando os critérios e objetivos do plano de ensino, e inclui também o processo de tomada de decisões. Analisar como vou avaliar implica estabelecer como vou permitir que os dados levantados permitissem autoconhecimento do aluno e o diagnóstico do ensino oferecido. A avaliação, ao possibilitar o diagnóstico do ensino oferecido pelo professor e do desempenho do aluno, pode ser formadora quando os resultados possibilitarem também uma reflexão sobre a prática que estamos desenvolvendo, ou seja, quando os resultados obtidos pelos alunos permitirem ao professor analisar a sua participação na aquisição da aprendizagem e identificar quais as estratégias mais efetivas e as que precisam ser revistas, que processos de aprendizagem os alunos estão construindo, quais as dificuldades que o próprio professor enfrenta.





6. A LDB E AS TRÊS FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

A LDB em seu artigo 24, V, afirma que a avaliação do trabalho escolar será continua e cumulativa, devendo ser dada prioridade para os aspectos qualitativos, devendo, ainda prevalecer o desempenho do aluno ao longo do ano sobre uma eventual prova final. A avaliação refere-se tanto ao que, e o como o aluno está aprendendo,  mas também a necessária  revisão dos elementos que constituem a pratica docente, tanto no âmbito da aula como no da própria escola. Ela desempenha três papéis: diagnóstica, formativa e classificatória, as três funções são importantes e devem ser levadas em conta no planejamento escolar.





7. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

A avaliação diagnóstica é o ponto de partida, pois é ela que define as necessidades a satisfazer, diagnostica os problemas que impedem que estas necessidades sejam satisfeitas.





8. AVALIAÇÃO FORMATIVA

Avaliação formativa é aquela que busca entender como se está desenvolvendo o processo ensino-aprendizagem, fornecendo elementos para corrigir rumos e orientar o estudante em relação ao seu aprendizado.





9. AVALIAÇÃO CLASSIFICATORIA

Avaliação classificatória, não há nenhum mal em se quantificar certos resultados obtidos junto aos alunos, o que não é correto é valer-se apenas dessas informações e como forma de exclusão ou inclusão.





10. O PROFESSOR



O professor deixa de ter um papel dominante no processo avaliativo, passando a ser um investigador que busca sempre melhore resultados, utilizando critérios mais relevantes centrado em dimensões qualitativas e quantitativa, proporcionando melhor qualidade de aprendizagem para todos os alunos, em condições iguais.

O professor ainda deve repensar a respeito da pratica avaliativa, tendo que a mesma deve ser continua e promovida através da interação entre educador e aluno. Alem disso, deve-se entender que o objetivo maior da avaliação é acompanhar o aluno de modo a orientá-lo na produção do conhecimento, conduzindo-o a autonomia e tornando-o um cidadão consciente e critico.







 11. CONCLUSÃO

 Podemos concluir que nos dias de hoje fala-se muito em práticas de avaliação numa perspectiva emancipatória, a qual tende a assegurar nas instituições o caráter educativo da avaliação, isto é, avaliação como meio de revisão das ações do professor, suas práticas de ensino e interação com os alunos, de modo que o próprio professor tome decisões com maior conhecimento de causa. A avaliação torna-se mais compreensiva quanto ao processo de ensino aprendizagem, é mais democrática, sendo que os resultados obtidos são discutidos e negociados entre os participantes do trabalho escolar, e busca ainda uma auto-avaliação, mediante um processo reflexivo de planejamento-observação, análise-reflexão.

Ressalta-se ainda que a avaliação escolar seja parte do processo educativo e não um fim em si mesmo e que deve ser utilizada como uma ferramenta para melhoria da aprendizagem do aluno, visando seu desenvolvimento pleno.