quinta-feira, 31 de maio de 2012

Filme: "Entre os muros da escola".

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” – FILME FRANCÊS (2008), DE LAURENT CANTET.  




Aspecto do filme analisado:

O comportamento ofensivo e o despreparo do professor de Francês, François Marin, personagem vivido por François Bégaudeau, frente a comportamentos desrespeitosos ou agressivos de seus alunos; além da noção de autoridade da figura do educador.


O educador não pode assumir uma postura autoritária, sentindo-se no direito de dizer ou praticar ações que desrespeitem seus alunos e, principalmente, que sejam contrárias aos seus ensinamentos. Ainda que seus discentes o desrespeitem, cabe ao professor ter conhecimento e habilidade para exercer sua autoridade de forma respeitosa e coerente com práticas pedagógicas, que ensinem a convivência pacífica e harmoniosa, apesar das diversidades.


Fundamentação Teórica:


De acordo com a visão sócio-crítica, de gestão educacional, centrada na escola, o professor deve saber administrar, assim como, frequentemente, conciliar interesses pessoais e coletivos, diversidades culturais, exigências universais da convivência humana; assim como se preocupar com as relações humanas, com a formação dos indivíduos e com os objetivos pedagógicos e sociais a atingir (LIBÂNEO; OLIVEIRA, TOSCHI, 2009).


Ainda conforme LIBÂNEO; OLIVEIRA, TOSCHI (2009), enquanto a concepção técnico-científica valoriza o poder e a autoridade unilaterais, a perspectiva sócio-crítica vai contra as formas de dominação e subordinação dos indivíduos, valorizando relações sociais mais humanas e justas.


A escola deve ser um espaço de formação de indivíduos críticos e participativos e, para tanto, é necessário, dentre outros fatores, que haja democracia e liberdade de expressão. Não cabe aqui, posturas autoritárias ou desigualdades de direitos e deveres.


Dentre as formas de gestão sócio-críticas, destacamos a democrático-participativa, caracterizada pela participação de todos, por objetivos comuns, embora com responsabilidades diferentes, através de ações coordenadas e controladas.


A gestão democrático-participativa defende o desenvolvimento da capacidade de liderança, pela qual um indivíduo é capaz de influenciar, integrar e organizar pessoas em prol dos mesmos objetivos, aumentado, com isso, o grau de envolvimento de todos.


CONCLUSÃO  


É importante ressaltar que o comportamento humano está associado não só a questões psicológicas, como também a questões sociais, políticas e culturais. Portanto, não se pode analisar um aspecto qualquer de um indivíduo, de um grupo ou de uma organização, sem que se leve em consideração o meio no qual estão inseridos.


A configuração sócio-política atual vem sendo responsável por vários problemas como desemprego, miséria, tráfico de drogas, prostituição infantil, dentre outros. Diante deste contexto, a escola, que de um lado é um meio de transformação social e de outro é uma instituição que sofre influência do meio no qual está inserida, deve buscar formas e condições de lidar, não só com esses problemas, mas como também com a diversidade humana.


Destacamos que cabe ao Estado assumir suas responsabilidades, assegurando as condições necessárias para o estabelecimento de um ensino de qualidade. Defendemos também que a gestão escolar seja fundamentada em princípios éticos e democráticos, que viabilizem e valorizem a participação de todos os seus membros, ainda que com responsabilidades diferentes, visando ao bem-estar coletivo.


Quanto ao professor, elemento diretamente responsável pelo grande objetivo das escolas, que é a aprendizagem dos alunos, ressaltamos que o mesmo deve, respaldado por uma gestão democrático-participativa (visão sócio-crítica), ter conhecimento, equilíbrio, discernimento e habilidades para atuar frente aos problemas que podem surgir ao se trabalhar com a complexidade humana; principalmente, quando se trata de sociedades multiculturais. É imprescindível que a autoridade do educador se dê por meio da liderança e não do autoritarismo. Além disso, é preciso que o professor entenda seu grande papel, enquanto transformador da sociedade, e analise suas atitudes e comportamentos, que servirão de referência para muitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAURENT Cantet. Entre os muros da escola (produção cinematográfica). França, 2008.

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